
¨POWER POSITION¨ E A CIÊNCIA
A técnica do arranco está diretamente ligada ao nível de desenvolvimento das qualidades físicas. Todos nós sabemos que para aumentar os resultados competitivos, antes de tudo é necessário desenvolver a força com os exercícios específicos. Pois então, quais são as qualidades que afetam um dos principais momentos do arranco - o ¨power position¨?
Não é nenhum segredo que para aumentar os resultados competitivos, antes de qualquer coisa é preciso desenvolver a força com os exercícios especiais. No entanto, aumentando constantemente a força, os halterofilistas não conseguem concretizá-la fisicamente devido ao limite de tempo que é necessário para realizar exercícios competitivos.
Isso tem tudo a ver com o arranco, onde a barra deve ser levantada para uma altura muito maior do que no caso de Clean (1o Tempo de Arremesso). Neste caso, a altura máxima depende diretamente da habilidade da junção neuromuscular do atleta de manifestar força explosiva no power position e na natureza da coordenação intermuscular.
Então, quais são as qualidades que afetam um dos principais momentos do arranco - o ¨power position¨?
Os resultados de muitos estudos mostram que os testes (o salto em distância e o salto em altura, agachamentos com barra nos ombros e o Levantamento Terra) têm uma relação direta com os resultados do arranco (quanto maior a pontuação mais próxima de 1, mais forte fica a relação).
Tabela 1
A correlação entre o arranco e os exercícios de teste (a quantity measuring the extent of interdependence of variable quantities).
Testes a registrar |
Salto em distância |
Salto em altura |
Agachamentos |
Peso Morto |
Arranco |
0,65 |
0,72 |
0,67 |
0,75 |
Além disso, muitos estudos indicam que as características temporais da power position também estão próximas, mas inversas, proporcionalmente ao melhor resultado obtido no SNATCH.
O que é mostrado por esses teste, é que, à medida que o resultado do Snatch melhora, há uma redução na duração tanto da segunda puxada (second pull), quanto da power position. Devido a isso, o resultado do SNATCH é amplamente determinado pela duração da fase de amortização e toda a power position . Veja a Tabela 2
Tabela 2
A correlação entre testes e a estrutura temporal do ¨power position¨ num arranco.
Testes |
||||
Parâmetros temporais |
Salto em distância |
Salto em altura |
Agachamentos |
Peso morto |
Second pull duração |
-0,75 |
- 0,73 |
0,11 |
0,23 |
Power position duração |
- 0,77 |
- 0,75 |
0,15 |
0,11 |
A tabela 2 demonstra que os testes que apresentam o nível de desenvolvimento da força absoluta (o resultado nos agachamentos e terra) são pouco relacionados à estrutura temporal do ¨power position¨ no arranco. Quanto aos testes que caracterizam o nível de desenvolvimento da força e de velocidade (saltos em distância e altura), eles estão em relação inversa, ou seja, quanto maior o nível de desenvolvimento dessas qualidades - mais rápido o atleta executa a fase de amortização e o ¨power position¨, e maior é o resultado esportivo dele.
Em estudos complexos da técnica dos exercícios de levantamento de peso realizados anteriormente, observou-se que, durante a implementação da fase de amortização, os músculos isquiotibiais estavam bastante ativos. Sua contração faz com que seja possível realizar a flexão das pernas nas articulações do joelho e do tornozelo rapidamente durante a terceira fase do movimento e, simultaneamente, estica os músculos do quadríceps da coxa, contribuindo assim para a acumulação das últimas forças reativas adicionais que são usadas durante a fase de aceleração final. Tabela. 3
Tabela 3
A correlação entre os testes e a força muscular dos isquiotibiais
Testes |
|||
Tempo de fase de amortisação |
Amplitude articular do joelho |
A altura do salto em altura |
|
A força dos músculos dos isquiotibiais |
- 0,86 |
- 0,56 |
0,70 |
Isso sugere que, com o aumento da força dos músculos isquiotibiais, a fase de amortização é realizada muito mais rápido e com menor flexão das pernas nas articulações do joelho, o que cria condições mais favoráveis para o power position.
Resumindo, podemos afirmar que a técnica do arranco está diretamente relacionada ao nível de desenvolvimento da força e de velocidade. A estrutura temporal de ¨power position¨ é determinada principalmente pelo nível de desenvolvimento dessas qualidades do músculo quadríceps femoral. É importante lembrar que para melhorar a técnica de realização de ¨power position¨ num arranco juntamente com os exercícios tradicionais de salto, é necessário aplicar exercícios que possam promover o desenvolvimento da força muscular dos isquiotibiais.